Coronavírus e os cuidados na área odontológica.

O coronavírus é de uma família viral conhecida nos anos 60 e teve seus primeiros casos do novo coronavírus (2019-nCoV) em dezembro de 2019 na China, se espalhando rapidamente por diversos países.  Por ser um vírus com capacidade de transmissão muito maior comparada aos vírus SARS (10,87% dos casos) e H1N1 (23,20% dos casos), tem gerado uma atenção considerável dos órgãos internacionais de saúde e da população em geral.

Na prática odontológica não é diferente, considerando que as atividades odontológicas implicam em contato direto e de risco. O CFO (conselho federal de odontologia) anunciou na data do dia 16 de março de 2020, um plano de prevenção com novas medidas para auxiliar na contenção do coronavírus, comunicando sua solicitação, através de ofício, o pedido de paralisação de órgãos públicos de atendimento odontológico, mantendo apenas casos de urgência e emergência. Para consultórios privados as medidas gerais de prevenção não se restringem apenas aos cuidados de esterilização e equipamentos de proteção individual, mas também com precauções, orientação e triagem do paciente. 

Para auxiliar esses profissionais, separamos algumas atitudes que são básicas a saúde e que devem ser praticados em seu dia a dia, pensando nos cuidados e prevenções de qualquer tipo de contaminação:

  • Usar a máscara N95 ou, em caso de continuar usando a máscara habitual, trocá-la a cada duas horas para evitar a perda de eficácia;
  • Reforçar o uso de jaleco, luvas e óculo de proteção (recomenda-se desinfetar e higienizá-lo a cada procedimento);
  • Lavar cuidadosamente as mãos antes e depois de tratar os pacientes;
  • Após cada consulta, limpar e desinfetar imediatamente todas as superfícies e ambiente de trabalho;
  • Ter precauções redobradas no manuseio de modelos e moldes, assegurando a sua efetiva desinfecção;
  • Seguir rigorosamente todos os procedimentos universais de esterilização e desinfecção;
  • Evitar os cumprimentos com beijos ou aperto de mão na consulta.
  • Procurar manter todas as superfícies do consultório permanentemente limpas e desinfetadas devido ao fato que o vírus pode ser transportado pelos aerossóis e consegue sobreviver nessas superfícies por mais de nove dias.

É importante destacar que essas informações não são provisórias e sim, essenciais. Alguns cuidados extras e informações ao paciente também são importantes na prevenção da proliferação do vírus. Alguns cuidados que fazem a diferença nos cuidados com a transmissão de doenças infecciosas, como o coronavírus, são repassadas pelo CFO e também por órgãos de saúde.

  • Buscar treinamento e informações para detecção imediata de casos suspeitos, além de informações de combate e prevenção.
  • Profissionais devem estar habilitados para triagem de casos suspeitos e identificar os sintomas do vírus antes do atendimento.  O CFO comunica em sua cartilha para a realização de pré-consultas por telefone, buscando informações prévias do paciente.
  • As informações mais importantes estão entre o período de 14 dias e os sintomas que devem ser levados em consideração são febre, problemas respiratórios, tosse, dificuldade de respirar, viagens, contatos com outras pessoas com resfriados e se recentemente participou de algum encontro próximo a pessoas desconhecidas. 
  • Avisar imediatamente os órgãos de saúde em caso de suspeitas de pacientes infectados e orientar o paciente a buscar aos centros de referência. 
  • É importante também evitar a aglomeração de muitos pacientes na sala de espera. Em caso de pacientes com tosse, pedir para que aguarde com máscara de proteção. 
  • Ventilar o ambiente e manter arejado, com acesso a lavagem de mãos e suprimentos para higienização e descarte de secreções.
  • Alertas visuais sobre a doença e medidas de prevenção devem ser colocados em todos os ambientes com trânsito intenso de pessoas (ex: sala de atendimento e espera).
  • Seguir recomendações padrão das instituições para desinfecção de equipamentos de uso odontológico e hospitalar, ou utilizar equipamentos descartáveis.

As orientações dadas pelo Ministério da Saúde aos profissionais da saúde devem ser prioridade no atendimento aos pacientes, visando à prevenção e os cuidados com o alastramento da doença. Nenhuma atitude de prevenção e informação deve ser descartada, sendo fundamental para a saúde da humanidade. Na odontologia, os profissionais que continuarem com a normalização dos seus atendimentos, devem ter atenção redobrada, prevenindo a sua exposição com a contaminação por coronavírus (2019-nCoV) e o foco voltado a responsabilidade com o futuro da sociedade brasileira e mundial.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANVISA – Cartilha de Proteção Respiratória contra Agentes Biológicos para Trabalhadores de Saúde. Site: http://portal.anvisa.gov.br/

CFO – Conselho Federal de Odontologia. Site: http://website.cfo.org.br/plano-de-prevencao-cfo-anuncia-novas-medidas-para-auxiliar-na-contencao-do-coronavirus/

Ministério da Saúde – Governo Federal. Site: http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/